Pesquisa a alguns sites, seleções de música separado por décadas, o que resultou no texto abaixo. Não se refere a uma pesquisa científica, texto de opiniões pessoais. Foco na moralidade (costume, regras) das músicas brasileiras, com paralelo aos acontecimentos no país. A moralidade é algo muito amplo e portanto muito complicado generalizar a todo uma geração ou a um povo, mas aqui será trata como qualquer forma de expressão musical que quebre os costumes da época ou que faça alusão ao sexo, drogas e violência.
Surgimento da música
Por falta de registro e evidências o surgimento da música ainda é uma incógnita. Mas acreditasse que a música tenha surgido ainda entre os homens primatas. Inundado de empolgação, glorificação e demonstração de força, os homens “das cavernas” descobriram que o choque de seus membros contra seu corpo ou contra o solo gerava um som abafado, e em estados de euforia os balançava e batia a mão e os pés demonstrando a empolgação por conseguir uma caça, pela chuva ou por ter se acasalado dando iniciou aos primeiros resquícios de música.
Os gorilas batem com o máximo de força em seu peito para conseguir um som que ecoa longas distâncias avisando aos machos que se aproxima que ali já existe um macho alfa e espanto inimigos. Assim também faziam os homens primatas, em situação de perigo criando barulhos e movimentos com o corpo para assustar os predadores e intimidar os oponentes.
Nessas situações de empolgação de sua barulheira de entusiasmo começam a soltar sons com a boca, gemidos e roncos, e assim nasce a música, que posteriormente é utilizado instrumentos como madeira e pedra para ritmar a algazarra. Deve destacar também que os mesmo deviam se encantar com os sons da natureza como o sopro do vento, o barulho das quedas d’água, e animais como os pássaros.
Anos 1950
A música embala gerações, expõe sentimentos, mostra a cultura, forma de pensar, e a situações da sociedade décadas após décadas até chegarmos nos anos 1950 no Brasil, quando as músicas era propagadas com o rádio nos famosos anos dourados.
As famílias se reuniam em torno do rádio na cozinha ou na sala, após o jantar, para ouvir nobres cantores enquanto faziam digestão antes de irem dormir. Entre grandes avanços tecnológicos, científicos, culturais e comportamentais uma minoria de cantores que exponham seus sentimentos de forma tétrica, uma aproximação das óperas e forte utilização instrumental para falar de seus corações partidos ou de seu amor por alguém cantado de forma sutil e delicada como fez a cantora Maysa.
Iniciava as primeiras transmissões da televisão no Brasil que transmitiu a copo do mundo no país do futebol as músicas também falam da situação da terra e do solo em canções regionais com grande sonoridade como Asa Branca de Luiz Gonzaga. Quantos acontecimentos marcam essa década: Suicídio de Getúlio Vargas e eleição de Juscelino Kubitschek , o inicio da Petrobras. Elvis Presley no Rock’n Roll começa a fazer sucesso no Brasil e surge os Beatles.
Agitando a moçada as marchinhas e os sambas levam alegria e contentamento aos baleis depois da missa, sem palavras de baixo calão ou duplos sentidos as músicas dos anos 50 embalaram a sociedade nos “dois pra lá e dois prá cá”. No final da década a Bossa Nova dá inicio a uma nova estrutura musical, um ritmo de samba misturado com o jazz estadunidense ganha o mundo com garota de Ipanema de Tom Jobim.
Maysa traduzindo música fransesa de Edith Piaf
Anos 1960
Assim como o surgimento do computador pela IBM é iniciado um novo período histórico na música brasileira: os anos de rebeldia na década de 1960. A década inicia com o homem chegando a lua, a TV ganha cores enquanto o muro de Berlim é erguido, o mundo em oscilação e as músicas tentam animar mais a população, as letras exalta as belezas Brasileiras: a natureza, a sensualidade das mulatas, a gentileza de um povo animado.
O Samba embalando o povo enquanto o movimento hippie, que pregava amor e paz, queria romper a forma como pensava a sociedade, queriam mudar os estilos de música, de vida, um liberalismo renovador que começava a ganhar força no Brasil. Jovens se reuniam em grupos nas praças para amar uns aos outros sem regras, sem moral, sem espanto, rasgando as ideologias e colocando os pais loucos e as mães na igreja para rezar pelo perdão aos filhos pecadores. É inaugurado o Museu de Arte de São Paulo- MASP, enquanto no Rio os intelectuais se reuniam de madrugada em apartamentos para criar sua Bossa Nova o que não agradava aos vizinhos e por isso as músicas eram feita em tons leves e calmos, a voz baixa e serena, harmonias a serem cantadas ao pé do ouvido.
A juventude rasgava a moralidade e levavam o liberalismo e contracultura gritados em notas musicais nas ruas enquanto as fofoqueiras resmungavam “Valha-me Deus, coitado de dona Joaquina e Senhor Serafim, perderam seu filho pro demônio”. Para piorar as coisas o demônio vestia vermelho e cheirava futuro.
Nesse meio tempo contrariando a todos Darcy Gonçalvez, apresentadora e artista grava o sucesso musical “a perereca da vizinha” entre outras marchinhas consideradas imprópria, mas que rapidamente caiu no gosto da criançada e de tios bêbados.
Movimento Juvenil em alta, Estudantes ganhando espaço e as lutas sociais as ruas. O Rio de Janeiro deixa de ser capital do Brasil que passa para Brasília e em pouco tempo soldados preocupados com a ordem brasileira e o surgimento do comunismo, já que o povo fazia barulho de mais acordando a vizinhança para um despertar de consciência, tomam o poder e se alto proclamam reis.
Boom dá música popular. Os jovens transformadores que até então encontraram o conservadorismo uma barreira agora se deparam com a força para silenciá-los. Que excitação, que tensão. Reunidos em becos para criarem suas músicas e continuar na luta pelo florescimento das mentes.
Um ano após o golpe que silenciou e reforçou o moralismo, sendo as peças teatrais, programas de TV e principalmente as músicas, censuradas e controladas surge o Festival de Música Popular Brasileiro com a primeira vitória para “Arrastão”: Quanta garra, quanto força, quanta energia, Elis Regina começava a ganhar os holofotes.
Atrás das câmaras os jovens viam no festival a forma para se expressarem e levarem a todos suas mensagens, o complicado era passar pelos militares sem serem percebidos, nessa busca por esconder as mensagens nas letras das canções surge uma nova onda musical, sem regras, sem forma: o tropicalismo. Jovens sobiam nos palcos com vontade de mudanças e saiam com troféus e reconhecimento da platéia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, os Mutantes, Tom Zé, que cantavam com a alma, liberando seus “gritos presos na garganta” com Elis Regina, Geraldo Vandré, Chico Buarque entre outros novos pops stars que começavam a agitar e dar força a juventude oprimida pela ditadura, que por sinal não dançavam com as canções e sim extravasavam em gestos a garganta entalada o cérebro pressionado pela força, afinal não haviam “tempo de temer a morte”.
Toda aquela mudança cultural e quebra de imoralidade eram camufladas nas canções cheias de duplos sentidos e formas de serem interpretadas que mudaram, com ajuda dos festivais, a cultura musical de um país inteiro. Os anos de 1960 foram um marco para a história da música brasileira, foi o surgimento de grandes heróis nacionais além de canções que até hoje são consideradas hinos de lutas, foi também, o surgimento de um imenso repertório para abertura e temas de novela.
Com o medo a solta e o clima de restrição no ar vira o século. O Brasil começa o ano 1970 levantando sua terceira taça na copa do mundo no México enquanto aqui se iniciava “os anos de chumbo”, os militares tinham cada vez mais poderes e a sociedade mais silêncio quando lançam o logo "Brasil, ame-o ou deixe-o" levando muitos cantores e compositores, escritores, artistas e professores à tortura e ao exílio do país, expressões artísticas censuradas em massa.
Depois de encontrar muita resistência as lutas pelas transformações musicais começaram a ser sufocados e perder espaço. A Bossa Nova ganha mais força e as poucas músicas revolucionárias mais tristes com o tamanho derramamento de sangue, muitas bocas silenciadas. O conservadorismo teve maior espaço e os velhos podiam freqüentar seus bailes tranquilamente, pois os militares garantiriam a ordem e a moral, enquanto os jovens apenas podiam ir para seus quartos chorarem e esboçarem em papeis suas tristezas e frustrações.
Os militares passam pela sua melhor fase: tem poderes suficientes para tirar a vida de quem quer que seja; os conservadores os apóiam, pois garantiam a moral e a boa conduta, o povo alienado com a popularização da TV em cores e a economia dá uma guinada com o “milagre econômico”, se tornam então o “pavão misterioso: pássaro formoso, um conde raivoso” que por sinal eram “muitos...mas não podem voar” e Elis Regina tenta acordar a juventude sufocada de que “Viver é melhor que sonhar” e que apesar de tudo pouco se havia conseguido: “Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos ainda somos os mesmos e vivemos... e vivemos como nossos pais” no conservadorismos na mesmice “Por isso cuidado meu bem há perigo na esquina eles venceram e o sinal está fechado prá nós que somos jovens...” e excita a moçada que para fazer as mudanças “É que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz...”.
Aproveitando a crise mundial do petróleo e enfraquecimento do governo, os jovens começam o “tudo ou nada” e com os corações amargurados ganham as ruas, cheios de revolta. Alguns exilados vão voltando para o país e o governo começa a ceder a redemocratização o que impulsiona cada vez mais os jovens e populares a lutarem por seus direitos. Os anos 1970 chegam ao fim caracterizado pelo silenciamento das expressões artística e músicas que se tornariam símbolos da MPB com sucessos dos festivais de música.
Anos 1980
No cinema é lançado o filme Star Wars e e se inicia os anos 1980 com a fundação do Partido dos Trabalhadores. O rock, ritmo que dividiu a população brasileira abriu as portas para a cultura estadunidense e Michael Jackson ganha as paradas de sucesso de todo o mundo com o álbum Thriller.
“Brasil, mostre tua cara, quero ver quem paga para a gente viver assim” e cada vez mais as pessoas iam para rua com os “Diretas Já” com o apoio de famosos e jogadores de futebol, a juventude de cara pintada dá um basta na ditadura.
Em 1986 o cometa Halley faz sua aparição, um ano após a descoberta do buraco na camada de ozônio. Músicas estadunidenses em alta e nossos cantores começam a virar a casaca e cedem as letras em inglês embalando a juventude apaixonada para formarem a nova geração, e nasce em 1984 o primeiro bebê de proveta no Brasil, mesmo ano em que o SBT criado em 81 transmite o seriado “Chaves”. Os traços das músicas norte americana estão em todo lugar carregadas de sentimento de paixão e amor entre jovens. Se os hippies dos anos 60 e 70 queriam sexo livre, agora as mocinhas recatadas iam para os Chevettes de seus namorados fumarem, ouvir Tim Maia e Rosana (amor e o poder) no rádio do carro e admirar as estrelas, enquanto seus pais eram cada vez mais alienados pelos programas de auditório da TV.
Surge alguns cantores revoltados, de idéias renovadores como Cazuza, Gal costa e um “restim” de Elis Regina para alegrar os poucos jovens que sobraram da onda de mudança, os outros estavam em casa preocupado com a programação da TV e os filmes em cartazes, se não com o lustre de seus “carangos” ou correndo atrás daquela mocinha do 81.
Juventude apaixonada vestia suas roupas coloridas, meias xadrez e jaquetas de couro para irem aos bailes, cheio de luzes piscantes, para esfregarem freneticamente seus pés no chão liso e agitar os braços em movimentos desordenados. A população agora obedece mais as modas ditadas pela TV e pelo cinema estadunidense.
Em 1988 é criada a constituição Brasileira que dariam direitos de liberdade a todos e separa a igreja do poder, que começa a perder gradativamente seus fies para os famosos programas de auditórios e os pecados mundanos. O samba ganha um ritmo mais carnavalesco agitando, os churrascos nas lajes, dividindo espaço com Wando. O século vai chegando ao fim com a queda do muro de Berlim.
Anos 1990
Shows de grandes multidões começam a se fortificar dando sucesso a várias bandas, o que faz com que a moçada, já alienada, almeje por sucesso surgindo pequenas bandas por todo o país, crianças que antes queriam ser jogadores de futebol agora sonha em fazer playbacks nos programas de auditórios de domingo e assim chega os anos 1990.
Os anos 90 mal começaram e inicia a comercialização de sojas transgênica, a URSS- União das Republicas Socialistas Soviéticas- deixa de existir e os EUA invade o Iraque na Guerra do golfo ou Guerra do Vídeo Game como ficou conhecida, não era à toa, o mundo estava cada vez mais tecnológico e as transformações aconteciam muito rápido como disse Lulu Santos “nada do que foi, será do jeito que já foi um dia [...] Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo, tudo muda o tempo todo no mundo”. Mas a mente humana não podia acompanhar tamanhas transformações numa velocidade tão curta como se deu, portanto preferiram se acomodar em frente à TV, com suas latinhas de cerveja enquanto os que pensavam mudavam os rumos do mundo.
As pessoas, para ficar mais próximo dos avanços tecnológicos, foram indo em massa para as cidades que tiveram seus mapas redesenhados. Começa a fabricação desenfreada de música, mas não foi realizado controle de produção e algumas “laranjas podres” começam a aparecer, músicas bregas, letras vagas, ritmos animados.
Em 92 a juventude volta a se reunir na campanha “fora Collor” que mantinha um sistema de corrupção e altos níveis de inflação. A UNE- União Nacional dos Estudantes- reuni centenas de estudantes de “caras pintadas” e retiram o presidente colorido do poder. O rock aparece, agora, para levar a moçada para a reflexão social e soltar seus gritos contra a situação em que o mundo vivia.
Mas dessa vez o mundo estavam perdendo pessoas criticas e surge outra vertente do rock, com o objetivo de satirizar o mundo e alegrar seus ouvintes, Mamonas assassinas, surge com Playbacks fajutas levando as pessoas à loucura, e os poucos cristãos moralistas a acreditar que eram sinais do apocalipse.
Em 93 os Brasileiros vão às urnas num plebiscito para decidir o novo sistema de governo e ganhou o sistema republicano presidencialista. O forró, o Sertanejo e o pagode garantia a melodia aos cachaceiros das 16:00h nas mesas dos bares dos centros urbanos, nesse cenário aparece a música que até hoje não sai dos fundões dos ônibus de excursão: “A barata” do grupo só para contrariar.
Surgem personagens para mexer com os fetiches sexuais dos marmanjos: tiazinha e feiticeira, que acabam virando símbolos infantis tornando álbuns de figurinha para os meninos e fantasias e temas de sandálias para as meninas. Aparece na televisão bonde do tigrão com um dos sucessos “cerol na mão” e Vanessinha Pikachu com ”dança da motinha” o que era considerado sem moral, conteúdo impróprio e pornográfico pelas poucos pessoas que se importavam com moral.
Os brasileiros com o coração acelerado vê de suas poltronas o tricampeão mundial Ayrton Senna chocar seu carro de corrida com o muro de contenção e mais tarde a confirmação no plantão da Globo onde Roberto Cabrini anuncia: "Morreu Ayrton Senna da Silva... Uma notícia que a gente nunca gostaria de dar." A tristeza brasileira é recompensada com a vitória do Brasil na copa do mundo alcançando o título de tetra-campeão.
A igreja católica perdendo mais seguidores que eu no twitter e a televisão ganha força e dita a moralidade da sociedade que não tem limites e começam a sair músicas com idéias mais sexuadas como o “segura o Tchan”, “o pinto”,”vem neném” e outras músicas que embalaram os carnavais da Bahia como “xô satanás” que deu muito trabalho aos pastores evangélicos que agora surgiam em pencas. O sertanejo de Raiz faz sucesso nas galinhadas de domingo na fazendo do vovô que competiam com cantores mais pops como Leandro e Leonardo, Chitãozinho e Xororó, Leonardo e Daniel entre outros.
Para desestruturar mais ainda a igreja o homem resolve brincar de Deus e cria o primeiro clone de um mamífero, a ovelha Dolly. Neste mesmo ano é criado o Windows 95. Mas como tudo que chega tem de partir, o Plantão Globo informa o Brasil da queda do avião que levava os integrantes da banda mamonas assassinas.
Raimundos arrastando multidões, Fernando Henrique Cardoso é eleito presidente do Brasil. É leiloado a maior empresa de minério do país: vale do rio doce, e como aqui tudo é festa, os ritmos baianos ganham espaço e passamos a viver o carnaval o ano inteiro abafando aos poucos Tim Maia, Marisa Monte, Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Com os sucessos de Michael Jackson, Madona, Shakira, Prince, Ozzy Osbourne, Bon Jovi, Peter Gabriel e Celine Dion surge em 98 a empresa Google. E num mundo com transformações ocorrendo o tempo todo a uma velocidade nunca inimaginável, os filmes de ficção científica ganham vida aos olhos de todos, e os jovens correm para ter suas vidas transferidas para os vídeos games. As músicas passam a ser criada em massa sem seguir padrão ou regra. Os católicos não praticantes ocupam os bancos das igrejas esperando a virada do século que marcaria o Bug da informática e o fim dos tempos, o ponto final da vida na terra.
Anos 2000
Com um terço em uma das mãos e uma latinha de cerveja na outra o milênio virou e entramos num novo século, numa nova era. A roubalheira no congresso nacional era escondida pelas gostosas na banheira do GUGU. Ivete Sangalo fazendo pular os corações apaixonados no seu ritmo baiano, sertanejos como Sertãozinho e Xororó, Zezé de Camargo e Luciano e só Leonardo ocupam os maiores pedidos nas rádios.
É preso o ex juiz Lalau, se tornando sinônimo de ladrão, e a molecada começa a criar sátiras para a música morango do nordeste de Karametade. O papa João Paulo II vem a público pedir PERDÃO pelos erros cometidos pela igreja católica nos 2000 anos anteriores. “Ana Julia” música de Los Hermanos não sai da boca da criançada que esfregavam a mão em frete as pernas nos recreios ao som de “xibom bombom” com as meninas e bragaboys nos “movimentos sexys”, e a juventude brasileira estava ocupada acompanhando o lançamento do Playstation 2, ou ainda estavam presos as música de outros anos. Por incrível que pareça, Sandy e Junior fazia sucesso nas festas de 15 anos e nos Walkman da garotada.
Tudo pronto. Não se parava de ouvir falar nas comemorações do “Brasil 500 anos”, mas manifestantes tiraram os holofotes da mídia e a replica da caravana utilizada por Cabral na descoberta do Brasil de mais de 4 milhões de reais não conseguiu zarpar por problemas técnicos e o Brasil começa a ser considerado o país do futuro. Uma tragédia. o surgimento do KLB marca os anos 2000 o que coincide com o afundamento de um submarino nuclear Russo.
Ano das privatizações e redução do papel do Estado, a Globalização atinge níveis inimagináveis e a população cai nas redes sociais. Sai o livro quarto da série Harry Potter, Raimundos grava seu primeiro álbum com sucessos como “mulher de fases”.
Jornal nacional passa a ser apresentado por Fátima Bernardes e Willian Bonner . Clipes sensuais e músicas de duplo sentidos são bem aceitos pela população que julgam moral e não vê problema em ver seus filhos imitando as danças, pois já havia passado no GuGu ou no Faustão então estava liberado.
algumas dos anos 90, mas os vídeos abaixo representa bem o que foi os anos 1990 e 2000
Ano de 2001 a 2005
O Ano vira e 2001 o primeiro ano
do milênio começa numa segunda-feira (01-01-01 01:01). Em São Paulo é formado o
grupo NXZero. No programa Xuxa park um incêndio destrói o cenário ferindo
algumas crianças. “Por te amar tanto assim” de Marlam e Maicon e “dormi ma
praça” de Bruno e Marrone ocupam as paradas de sucesso.
Com a difusão da tevê as pessoas
perderam o senso de ridículo e começam a ouvir e venerar qualquer tipo de
música que sai na telinha nos domingos. Músicas puxadas para um novo tipo de
sertanejo, pop e brega faz grande sucesso.
Terremoto na Índia deixa cerca de
2250 mortos, Rouge grava seu primeiro disco. O plantão da Globo rompe a
monotonia de domingo para noticiar morte de Cássia Eller. E o ano chega ao fim.
2002 começam com a circulação do
Euro em 12 países. “Carla” de LS Jack meche com os sonho dos garotos de formar
um banda e encantar as garotas do colégio. Entra no comercio brasileiro uma nova cédula: a de 20 reais, é transmitido a primeira temporada de Big Brother Brasil. O
sucesso fica para The calling, Avril Lavigne, Rouge, Nickelback. Brasil
conquista a quinta copa do mundo, Vanessa Camargo é convida nos programas de TV
para cantar “tanta saudade”. Momento histórico: com mais de 53 milhões de votos
é eleito o primeiro presidente sindicalista do país.
Em 2003 Lula assume o poder. Pagode ocupa as músicas mais pedidas nas rádios. E ouvindo KLB o ano vira e 2004 se inicia com a criação do Orkut. Netinho de Paula ocupa as listas de mais tocada no rádio. O Brasil pára para saber “quem matou Lineu” no último capítulo da novela Celebridade. Ao som de Wanessa Camargo o ano termina. Em 2005 o mundo se choca com a morte de João Paulo II. Marjorie Estiano sai de “malhação” para fazer sua carreira de sucesso como música. Ondas de escândalos de corrupção nunca vistas na história ganham as capas da VEJA e os noticiários da TV. Bruno e Marrone fazem rosas chorarem e KLB continua na lista das mais tocadas.
Nossa realidade
Os anos vão se passando e a elite da música começa a ocupar seus meios músicas bloqueando a entrada de novos estilos ou novos artistas, mesmo assim alguns novos ritmos e bandas ganham espaço e conseguem alcançar grandes multidões.
As canções brasileiras passam a ser composta de letras sem conteúdo embalando as pessoas pela batida e não pela sua letra. A TV, nas novelas e nos programas, ditam o que se deve ouvir, quais os melhores cantores, o que é música de qualidade o que não é, o que são músicas antigas e o que são músicas eternas, e não há ninguém que possa contestar. Os pequenos novos cantores e bandas que tentam ir contra essa corrente são terrivelmente abafados por ruídos considerados como músicas.
Nos morros e favelas comando pelo tráfego de drogas e, portanto aonde a lei não chegava dois tipos de música tinham força: o Rap que relatava a violência da região e o funk, um tipo de música que sempre teve presente, mas isolado em bailes fechados e em comunidades carentes, com batidas empolgantes, letras repetidas e picantes.
No Brasil chega uma nova tecnologia: celulares com transmissores de dados de um aparelho para o outro sem gasto, e assim de celular em celular tocando no auto falante no fundo do “busão” o fank e o Rap saiu do restrito e foi parar nas salas de aula, nas casa, e nas cornetas dos carros que circulam a cidade com o som alto, e chegou na telinha alcançando público inimaginável. Agora as velhinhas moralmente corretas não conseguem mais tampar seus ouvidos para essas músicas que não sai das ruas e nem dos megafones dos celulares dos fankeiros.
Tudo isso contribui para uma crescente produção de música desses estilos em especial o funk que excita as pessoas no batidão. A letra do funk faz alusão ao sexo, a sexualidade precoce, a drogas e outras imoralidades que até então causava espanto na sociedade.
Comparado com outros países o Brasil é um país ainda muito conservador, inda mais no que se refere ao sexo, o assunto ainda é um tabu entre muitas famílias e cidadãos. Países mais antigos como os europeus contam com o sexo presente em museus e estátuas já nas ruas, aqui apesar de ser um país de poucas roupas, sensual e caliente o sexo é algo que até então pouco se via ou ouve dizer, conversas sobre o assunto só em rodinhas com todo sigilo absoluto. Com o funk a censura está sendo derrubado e o Big Brother vem ajudar a tornar o sexo um tema comum. O funk que não mede suas palavras perde a noção colocando na cabeça das pessoas uma certa obrigação no ato sexual, além de tornar a mulher objeto sexual e a competição masculina questão de honra.
Fato é que até as pessoas mais morais tem de lutar muito para não cair na batida do Tchu tcha, tchu tchu tchá e “jogar a mão pro ar”. Os cantores devem ser conscientes do que falam nas músicas e as pessoas devem prestar atenção no que estão ouvindo e separar música como forma de entreter e como forma de ditar regras. Os pais devem tomar cuidado com o que os filhos ouvem, isso vale também para o que eles assistem, a TV (seja nas novelas ou nos programas) e o cinema que está cada vez mais sexualizado. A erotização precoce pode ser um problema para as crianças, para as famílias e até para a sociedade.
Enquanto a discussão da moralidade dos funks começa a surgir a maioria das pessoas optam por ouvir músicas estrangeiras. Músicas estadunidenses enlatadass, massificada, criada para propagar uma certa “cultura norte America” e invadir as culturas mundiais, não entrarei na questão da dominação das nações, mas abandonar a cultura brasileira é um risco para a soberania do país.
Vez ou outra, sozinhos e isolados, surgem entre grupos de amigos, bandas que tentam resgatar alguma qualidade do passado, ou criar algo realmente bom, cultural e inteligente, mas é abafada pelos poderosos da música e da mídia que já retiraram os miolos dos ouvintes.
O Brasil possui um conteúdo cultural muito bom, mas esse conteúdo não chega a massa. “cachorro não gosta de osso, cachorro gosta de filé mignon, mas dão osso para ele roer, então, sem opção, ele roe, logo conclui se que ele gosta de osso”, o mesmo acontece com o povo brasileiro, nós não gostamos de ossos, mas o que nos dão são ossos somente. Portanto precisamos passar por uma reforma cultural, e valorização do nosso conteúdo, incentivar novos artistas e novo conteúdo cultural, mantendo a soberania nacional e o patriotismo.