O inferno é um lugar horrível, ali você mal terá tempo para pensar em seus erros, pois será tarde demais, agora irá pagar por tudo que fez de errado, sofrerá na pele todo o sofrimento do mundo, e está é a única forma de tentar entrar no céu.
Rogério Dávida da Silva um pensador quando esteve na terra, passa tardes e madrugadas em sua biblioteca particular, Teve quatro filhos, mas a casula morrera de septicemia quando ainda era bebe, diziam as más linguás que foi praga de Deus, quando jovem frequentava a Igreja, o grupo de jovens e até cantava no coral da igreja, deixou essa vida pensando que tudo não passava de promessas e não deveria esperar a terra prometida e sim deveria construir seu mundo melhor ainda em vida, por duvidar da palavra divina teria sido castigado, falavam os fiéis. Trabalhou duramente, mas não dava esmola aos pobres, pois acreditava que não era assim que resolveria seus problemas. Aos domingos assistia os jogos de futebol berrando palavrões. Na política não participou de lutas populares, achava que eram apenas idealizadores de interesses únicos e não de todos; foi eleito vereador com apoio de empresários; criou uma lei que proibia símbolos religiosos e a pregação da palavra santa na câmara municipal o que gerou tanta polêmico na pequena e conservadora cidade de Santa Marcela que o fez desistir de tentar se reeleger. Perdeu a esposa aos 40 anos em um acidente de carro, e passou a ter uma vida boêmia, virando noites bebendo e sofrendo pela a perca de seu amor, não ligava mais para a sociedade; Deixou o trabalho e caiu na bebedeira, começou a fumar, chegava a engolir a fumaça de 60 cigarros por dia; Aos domingos comprava pizza ou fazia churrasco com os filho; não tinha mais assuntos para falar com os vizinhos e parou de ir em festa de familiares distantes; xingava quem o olhasse por mais de 4 segundos na rua.
Quando seu filho mais velho se formou na faculdade conheceu uma professora e os dois se apaixonaram, casaram-se, ela tinha uma filha, e depois que os filhos ficaram independentes saíram viajando pelo mundo, tinha uma coluna no jornal estadual "Folha do amanhecer", escreveu dois livros: um sobre seu sofrimento depois da morte de sua primeira esposa chamado "o lado fraco da vida" e outro sobre viagens ao oriente médio.
Quando seu filho mais velho se formou na faculdade conheceu uma professora e os dois se apaixonaram, casaram-se, ela tinha uma filha, e depois que os filhos ficaram independentes saíram viajando pelo mundo, tinha uma coluna no jornal estadual "Folha do amanhecer", escreveu dois livros: um sobre seu sofrimento depois da morte de sua primeira esposa chamado "o lado fraco da vida" e outro sobre viagens ao oriente médio.
Com 65 anos de idade estava escrevendo um livro sobre imoralidade quando teve um infarto e acordou no inferno, não recebeu muitas explicações de quem o recebeu, um velho com olhos triste e roupas pretas com a barra suja de barro: "bem vindo ao inferno, aqui você verá todo o sofrimento do mundo em seu próprio corpo, seja bonzinho, ao contrário de sua vida aqui você não terá muita escolha, você está morto".
Saiu tropeçando na lama, ao som de suspiros e lamentos passou por homens e mulheres que se encolhiam em cantos sombrios olhando tudo com pavor. Teve de se esquivar das garras de um mostro que jogavam as almas para todos os lados como as hélices do liquidificador. Se deitou em uma poça de lama para se esconder dos cães que rasgavam as almas pecadores, ao som de gritos dolorosos e pavorosos caminhou por quase todo o inferno vendo almas acorrentadas sendo chicoteadas, afogadas, congeladas, queimadas, cortados entre tantos outros sofrimentos alguns pediam por socorro. Então em um lugar onde não ouvia nada além do silêncio se espremeu em uma sombra e ficou ali tentando digerir tudo que acabará de ver.
Como podia estar ali? Era porque não frequentava mais a igreja? será que era por não ter ajudado os mendigos? Estava pagando por levar uma vida de luxúria e Avareza? Será que foi por cobiçar uma vida melhor? Tudo o deixava muito confuso, mas o frio, o medo, e aquela sensação de sofrimento o fizeram cair num profundo sono.
Ele descobriu então, porque todas aquelas almas estavam ali sofrendo, elas não foram almas "pecadoras" de fato, ali não havia ninguém que tivesse cometido algum crime terrível, ali estavam pessoas que durante a vida pensaram de mais, pessoas que souberam de mais, pessoas que agiram demais.
Eva comeu o fruto proibido porque a serpente disse a ela que aquilo abriria sua mente, ela veria as coisas como elas realmente são, ela veria o bem e o mal e realmente viu. As pessoas que estavam no inferno comeram do fruto proibido, questionaram suas realidades, abriram suas mentes, por isso estavam ali, sofrendo.
Dávida tinha um plano, conseguiria sair dali, mas teria que sofrer muito, pensando. Primeiro ele tinha que dar o fruto do pecado para aquelas pobres almas novamente, pois elas estavam cegas por aquilo que não existia, aquele sofrimento todo estavam em suas cabeças, então quem sabem todos juntos não poderiam usar os pensamento a favor.
Foi quando ele viu uma luz estranha, um vermelho que ardia mais seus olhos do que os fleshs da máquina fotográfica de Ana, sua ultima esposa. Era uma luz avermelhada como o sol das quatro, um calor "dos inferno" queimava sua pele, fazia força para abrir os olhos, mas era como olhar para o sol. O cheiro de enxofre causava tontura. Curvou a cabeça colocando-a sobre o ombro direito e abriu um pouco os olhos, não podia ser... O diabo em pessoa!
Um senhor, muito simpático, cara de contador de piada, com um sorriso maldoso olhava todas aquelas almas ajoelhadas suplicando por ajuda. Era baixo, talvez uns 170 cm, barbicha, colete de couro, parecia um motoqueiro, mas pelo jeito gostava era de samba e cerveja.
Chegou próximo de Rogério que agora pudia ver melhor a personagem do capeta, pois a luz havia diminuído. O velhote olhava o recém chegado com desdem de baixo para cima:
-Quem foi o idiota que te mandou para cá? vem, estava precisando ver alguém com sua capacidade de pensar. Sabe todo mundo aqui esquece que tem poder de pensar, por isso eu os faço sofrer, sofrer sobre seus próprios pensamentos, não sou um gênio?
Nada tinha Rogério a responder a não ser segui-lo rapidamente se escorregando na lama.
-Não deram valor em sua mente, por isso pagam seus castigos. Você acha que Deus em sua plena bondade faria mal a algum de seus filhos? Nem a mim ele fez ia fazer a pobres coitados? resolvi dar uma ajudinha e faço eles verem suas burrices, mas quando acordam que podem pensar e se rendem do sofrimento eles podem entrar no Céu, onde são muito bem vindos e compartilham dos mesmos pensamentos: Bondade, igualdade, fraternidade, liberdade.
Rogério Dávida estava certo, o satanás havia confirma sua teoria: "o inferno é a porta para céu".
Guii que demais!
ResponderExcluirGostaria que vc fizesse mais contos como esse!
Achei muito interessante e viciante ler esse conto.
Um forte abraço Miih