segunda-feira, 29 de outubro de 2012

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O candidato


Ontem sonhávamos em dar uma vida com bem estar a população, queríamos representá-los, todos nós tínhamos a formula ideal para resolver todos os problemas existentes, tínhamos excelentes projetos. 
Sorriamos, usamos edição gráfica em nossas fotos, tínhamos uma marca, um número, uma cor, um nome, um simbolo, um grupo de apoia, uma ideologia, um partido, um inteiro. 
Estávamos em todos os lugares, íamos a todos os eventos que aconteciam, estávamos nos vidros dos carros, nos cavaletes, nos panfletos, nas revistas, nos jornais, estávamos por cima, estamos por baixo, estávamos ganhando, estávamos perdendo, estávamos na internet, boca do povo, nas manchetes policiais. 
Eramos muitos, ou poucos, sonhamos, nada era limite, valia tudo para nossos sonhos. Cobrávamos, pagávamos  sorriamos,  fotografávamos,  cantávamos,  andávamos,  doávamos.
Eramos um produto, eramos a solução, eramos a destruição, eramos situação ou oposição, estávamos de cá ou de lá, da direita ou da esquerda, eramos indecisos, atacávamos e defendíamos. 
Podíamos ser amigos ou rivais, mas a todo custo defendíamos nossos ideais. Brincadeira de gente grande, guerra de titãs, luta de ladões, éramos cidadão. 
Gastamos nosso sapato, saliva, dinheiro, sorrisos,  verdades e mentiras, desculpas. Fomos papeis, plastico, lona, papelão, madeira, ferro ou bandeira. Falamos, acusamos, fomos acusados, processamos e fomos processados. Fomos lá, estávamos cá, queríamos ir além.
Gritamos, ouvimos, sorrimos, gritamos e gritamos, muitos ou poucos nos ouviram. Éramos seis, ou éramos milhares, centenas, inteligentes, cultos, ingênuos, ignorantes ou espertos. 
Mas uma hora Aplaudimos, pulamos, gritamos, buzinamos, humilhamos ou chovamos, lamentamos, corremos, frustamos se não apenas olhamos, atento ficamos, curioso.
Agora éramos um, igual a todos, junto a multidão, sem sorriso, sem destaque. Éramos qualquer um, tínhamos apenas um ideal, tínhamos apenas uma esperança, e agora só ficamos com a bagunça para ser arrumada.
Nunca fomos melhores que ninguém, se ganhamos ou se perdemos não nos tornamos melhor que ninguém, somos apenas nós, defendendo mentiras, defendendo ideias pessoais, defendendo meias verdade.